Conheço professores universitários de universidades públicas sensatos e preocupados com qualidade de ensino e competitividade a partir do conhecimento. Mas, infelizmente, são exceção. A maior parte do corpo docente das universidades públicas é obsessivamente dedicado ao combate à sociedade e à vida como o são, à promoção da lógica marxista, com a devida superposição do pensamento pós-modernista.
É assim na Europa e nos Estados Unidos, menos pelo marxismo, mais pelo pós-modernismo. Ambos são projetos de ódio ao Ocidente, à economia de mercado e, não assumidamente, mas na prática, à democracia representativa e à liberdade de expressão.
Ainda direi mais sobre as razões da concentração de pensamentos tão reacionários (o marxismo é uma espécie de reação aristocrática, o pós-modernismo é reacionarismo puro e simples, uma proposta de regressão ao tribal) nas universidades. Por ora, constato que, apesar de terem o apoio de seus pares do ensino básico e de praticamente todos os livros didáticos (no ensino básico, esses livros ensinam que todo homem branco é mau e toda riqueza é suja e não deveria existir, entre outras pérolas de ressentimento, inveja e inversão de valores), eles não conseguem formar maiorias na sociedade.
O caso da Itália, em que a esquerda mais próxima ao pensamento dominante na cátedra e no magistério (ainda assim mais moderada na média) obteve apenas 3% dos votos, é emblemático do fracasso dessa abordagem obsessiva dessa multidão de professores reacionários.
No Brasil, dependem de fenômenos que não dominam, embora pautem, como o lulismo, fenômenos com muito pouca relação de causa e efeito entre ideologia e adesão popular.
Houve um tempo em que as universidades (criação cristã) eram instituições de vanguarda no pensamento político. A precursora das modernas universidades, a abadia de Bec, teve em Santo Anselmo de Cantuária alguém muito à frente de seu tempo, precursor ele de princípios que norteariam democracias vigorosas, como a britânica. No passado, as universidades estimularam avanços em favor da liberdade de expressão e de comércio. Hoje, a maior parte delas e de seus corpos docentes representam o atraso e a vontade de destruir os melhores legados das primeiras universidades.
Felizmente, a influência das antigas universidades foi vasta na formação do pensamento político. A das atuais é menor, pelo menos quanto ao marxismo, talvez porque defender regimes como os de Venezuela e Coreia do Norte seja extremamente difícil do ponto de vista da razão.
No campo do pós-modernismo esse corpo ocidental monolítico de mestres e doutores que só mereciam o título de ressentidos avessos à razão têm conseguido maior influência, porém provocando reação virulenta e perigosa para as liberdades, as mesmas liberdades tão bem defendidas nas universidades do passado.
Diante de tal constatação, qual o futuro da universidade fora do campo das hard sciences, campo aliás que viceja tanto fora quanto dentro das universidades, ao qual se dedicam com afinco os extremo-orientais? Não sei dizer, mas talvez seja importante debatermos sobre, debatermos dentro e fora das universidades. No Brasil, grupos de estudantes "subversivos" têm se dedicado a esse debate, enfrentando a pecha de "fascistas" dada por seus professores, pecha que revela a ignorância deles sobre o que seja fascismo. Eles não sabem mesmo. Aliás, a maior parte deles faz questão de não saber nada além do velho e do novo testamento do ressentimento, quais sejam o marxismo e pós-modernismo.
No tempo das primeiras universidades cristãs, a ambição era ir além do catecismo. Em nossos tempos, a ordem é seguir apenas o catecismo da igreja do ressentimento.
(texto meu de há três anos - andou piorando de lá para cá)
Nenhum comentário:
Postar um comentário